Porque é que um navio é referido como "Ela"?

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Não há uma explicação clara mas existem diferentes teorias que queremos apresentar neste artigo.

1. Relação pessoal

A gramática inglesa afirma que a usamos quando nos referimos a coisas, enquanto ele e ela são pronomes pessoais e só devem ser usados para pessoas. No entanto, quando a relação com o sujeito é pessoal, é extremamente comum utilizá-lo para animais, dependendo do seu sexo, ou mesmo para objectos inanimados. O navio como substantivo feminino apareceu pela primeira vez quando apareceu o navio, ou seja, no início do século XVIII, quando era mais do que normal que só os homens estivessem a bordo de navios. Os marinheiros antigos eram conhecidos como "casados com o mar" e muitas vezes baptizavam os seus navios com o nome das mulheres de quem gostavam de os elogiar.

Foto de SANTA BARBARA ANNA por FleetMon Ship Spotter FeWu

2. Razões religiosas

Outra explicação pode residir na religião e na ideia de deusas e figuras-mãe que desempenham um papel protector no cuidado do navio e da tripulação. A este respeito, os navios recebem frequentemente nomes femininos. Por esta razão, era também comum que muitos navios tivessem figuras femininas que se assemelhassem a estas mulheres. O navio de Cristóvão Colombo, um dos navios mais famosos da história a atravessar o Atlântico, recebeu o nome de "La Santa Maria", em homenagem à Virgem Maria.

3. Perspectiva linguística

De um ponto de vista puramente linguístico, esta peculiaridade pode dever-se ao facto de o género da palavra latina para "navio" - navis - ser feminino.

No entanto, é mais provável que seja uma combinação do acima exposto: "nave como ela" é um hábito linguístico como resquício de tradição, um reflexo de um mundo que via as mulheres como um mistério do mundo, como a Mãe Terra e a Mãe Natureza, alguém cujo objectivo e uso é, por um lado, transportar vida, mas que, por outro lado, "precisa de um homem para lidar com elas".

Também interessante: o capitão do navio de guerra alemão Bismarck, Ernst Lindemann, referiu-se ao seu navio como tendo dado o seu imenso poder.

No vernáculo, a tradição de se referir aos navios como são menos comuns hoje em dia. Vale a pena notar que o Lloyd's Register of Shipping se refere a navios como é hoje em dia.

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